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Vídeo de brutalidade policial gera indignação na África do Sul

Vídeo de brutalidade policial gera indignação na África do Sul
Carta MZ

Um vídeo de seguranças do vice-presidente da África do Sul a tirarem à força um homem de um carro e depois a pisarem-no na cabeça está a gerar uma grande indignação no país.

De acordo com a agência norte-americana de notícias, a Associated Press (AP), o vídeo que circula nas redes sociais mostra um conjunto de homens vestidos à civil a arrastarem um homem para fora de um carro, à força, no meio de uma autoestrada em Joanesburgo, e depois a pisarem-no repetidamente na cabeça até ficar inconsciente.

No vídeo, é também mostrado um outro homem a ser atacado, com as mãos na cabeça para se proteger dos golpes da polícia de segurança encarregue de proteger o vice-presidente da África do Sul, Paul Mashatile, que não estava presente no local na altura do incidente.

Esta unidade de proteção policial é conhecida na África do Sul como ‘brigada da luz azul’ e tem uma reputação de usar a força de forma desnecessária; os polícias são muitas vezes criticados por acelerarem nas autoestradas e reagirem com brutalidade se os condutores não reconhecerem as pequenas luzes azuis e sirenes e se afastarem rapidamente.

Já foi aberta uma investigação e o gabinete do vice-presidente emitiu um comunicado dizendo que “abomina qualquer uso desnecessário da força, particularmente contra civis desarmados”.

O vídeo divulgado por um outro condutor e colocado no Twitter mostra ainda que sete polícias, depois do ataque em que participaram pelo menos três, entram novamente nos carros e vão-se embora, deixando para trás um homem inconsciente, um outro combalido e uma mulher com as mãos na cabeça.

A África do Sul tem um problema com a brutalidade policial, com o mais notório incidente a ter ocorrido em 2021, quando 34 mineiros foram mortos quando a polícia abriu fogo sobre eles durante uma longa greve por melhores salários e condições de trabalho.

Em 2020, noutro incidente muito mediático, um homem foi atacado até à morte na sua casa por soldados, perante o olhar passivo dos polícias.

A unidade de investigação da conduta policial recebeu 3.407 queixas sobre o comportamento da polícia entre 2021 e 2022, de acordo com os dados oficiais, ou seja, quase 10 queixas por dia.

Fonte: Carta MZ