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PR sul-africano divulga relatório sobre corrupção na era Jacob Zuma

A PRESIDÊNCIA da República sulafricana di vulgou terça-feira na sua página oficial a primeira parte de um relatório sobre a captura do Estado pela corrupção durante a presidência de Jacob Zuma.
O documento, com mais de 800 páginas, foi divulgado minutos após a sua entrega ao chefe de Estado, Cyril Ramaphosa, numa cerimónia no Union Buildings, o palácio presidencial, em Pretória, pelo juiz Raymond Zondo, que liderou durante quase quatro anos de testemunhos perante uma comissão judicial de inquérito “ad hoc” à grande corrupção no Estado sul-africano.

Neste primeiro volume do relatório sobre a grande corrupção no mandato de Jacob Zuma, em que Cyril Ramaphosa desempenhou o cargo de vice-presidente do país, entre 2014 e 2018, o juiz refere que a comissão judicial de inquérito determinou que existiu “captura do Estado” pela grande corrupção fomentada por dirigentes do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder desde 1994.

“Uma questão fundamental que esta comissão deve responder é se as evidências apresentadas antes da comissão estabeleceram a captura do Estado. Uma leitura da parte 1 do relatório mostrará ao leitor que esta comissão concluiu que a captura do Estado foi estabelecida”, refere Raymond Zondo, no documento divulgado.
Zondo, no documento consultado pela Lusa, revela que “aproximadamente 1.438 pessoas e entidades foram implicadas por evidências apresentadas perante a comissão”.

“Quem for afectado, poderemos garantir que haverá medidas”, salientou o Presidente Ramaphosa.
O chefe de Estado sul-africano sublinhou que “as áreas que podem ser atendidas serão abordadas”, acrescentando que “o Governo precisa do relatório completo para que possa responder sistematicamente às conclusões e recomendações da comissão”.

O relatório resulta de “quatro anos extenuantes”, disse o juiz Raymond Zondo, que presidiu à comissão lançada pelo próprio Jacob Zuma (2009-2018) para demonstrar boa vontade em Fevereiro de 2018.
Esta primeira parte do relatório contém os capítulos relativos à estatal aérea sul-africana SAA, aos negócios da controversa família indiana Gupta, próxima de Zuma, e aos serviços fiscais do país, disse Zondo, que entregou pessoalmente a versão impressa ao Presidente.

As próximas duas partes serão publicadas no final de Janeiro e no final de Fevereiro.
Emboara a comissão que elaborou tenha apenas um papel consultivo, as suas conclusões podem ser entregues ao Ministério Público para eventuais acções judiciais. -(LUSA)