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IMPASSE POLÍTICO NO SUDÃO “Troika” e UE avisam que não vão apoiar Governo militar

A CHAMADA “troika” do Sudão, composta pelos Estados Unidos da América, Reino Unido e Noruega, e a União Europeia (UE), avisaram terça-feira que, no seguimento da renúncia do primeiro-ministro, não apoiarão um chefe de Governo nomeado unilateralmente pelos militares.

“A ‘troika’ e a União Europeia não apoiarão um primeiro-ministro ou um Governo designado sem a participação de um consenso das partes civis interessadas”, avisaram os países num comunicado conjunto, numa referência à liderança militar que a 25 de Outubro intentou um golpe de Estado no Sudão.
No texto, citado pela agência Efe, os países afirmam ainda que “a acção unilateral para nomear um novo primeiro-ministro e um Governo seria um golpe na credibilidade dessas instituições e corre o risco de lançar a nação num conflito”.

Assim, continua o comunicado, a “troika” e a União Europeia defendem que os militares e os civis devem “comprometer-se imediatamente com um diálogo liderado pelos sudaneses e facilitado internacionalmente para abordar estes e outros problemas” relacionados com a transição democrática neste país africano.
Numa referência explícita ao primeiro-ministro, que apresentou a sua demissão no domingo, o comunicado afirma que Hamdok “desempenhou um papel importante para realizar reformas democráticas e económicas no Sudão” e conclui que a sua saída do Governo “reforça a necessidade urgente de todos os líderes sudaneses voltarem a comprometer-se com a transição democrática no país”.

O Sudão vive um impasse político desde o golpe militar de 25 de Outubro, que ocorreu dois anos após uma revolta popular remover Omar al-Bashir e o seu Governo islamita em Abril de 2019.
Sob pressão internacional, os militares reinstalaram Hamdok em Novembro para liderar um Governo tecnocrata, mas o acordo não envolveu o movimento pró-democracia por detrás do derrube de al-Bashir.
Desde então, Hamdok não conseguiu formar Governo perante protestos incessantes, não só contra o golpe de Estado, mas também contra o seu acordo com os militares. – (LUSA)