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DESENVOLVIMENTO DO PAÍS Chissano convida diáspora a maior envolvimento

ANTIGO Presidente da República Joaquim Chissano convidou os moçambicanos que trabalham e residem no estrangeiro a envolverem-se mais e a serem proactivos na procura de soluções para o desenvolvimento do país.
Falando há dias como convidado de honra na II Conferência Internacional da Diáspora, no formato virtual, Chissano disse que este grupo de moçambicanos desempenha um papel importante tanto no crescimento económico como no desenvolvimento social da nação.

No evento que decorreu sob o lema “Pontes entre a Diáspora e a Terra Mãe”, o antigo estadista trouxe como exemplo Cabo Verde, cujo crescimento sócio-económico se deve à sua diáspora, que canaliza todos os recursos conseguidos fora para o desenvolvimento do seu próprio país.

A migração é considerada o elemento definidor da sociedade cabo-verdiano pela forma como a mobilidade atingiu o país e os seus cidadãos sempre se mantiveram ligados à sua terra.
Revelou que, por largo tempo, também esteve na diáspora, nomeadamente em Portugal, França e Tanzania, neste último país durante a luta de libertação nacional, tendo retornado a Moçambique em 1974, depois da assinatura dos Acordos de Lusaka.

Na sua dissertação, Chissano lembrou que, enquanto nos seus tempos os jovens iam ao estrangeiro para se juntar a outros para libertar o país, hoje objectivo deve ser direccionado ao desenvolvimento sócio-económico da nação.
“Mas também nós íamos a Portugal à procura de estudos porque aqui em Moçambique não havia instituições de ensino superior, mesmo o ensino secundário era limitado”, disse, citando uma antiga colega, Eulália Maximiano, que foi concluir a última parte do ensino secundário em Portugal.

Por seu turno, Ivone Bila, deputada da Assembleia da República pelo círculo eleitoral da Europa e Resto do Mundo, disse que se pretende com a conferência trazer as preocupações da diáspora à mesa e desenvolver discussão aberta e até propor algumas soluções.

“Por exemplo, neste encontro convidamos o presidente do Conselho de Administração do Fundo para Fomento da Habitação, Armindo Munguambe; o director nacional das Indústrias Culturais e Criativas, Emanuel Dionísio, em representação da ministra da Cultura e Turismo; e representantes de associações culturais”, disse, salientando que a ideia é que a diáspora tenha respostas a algumas preocupações.

Para a deputada, a conferência é um canal para minimizar os anseios e buscar respostas às aspirações dos moçambicanos que estão fora e ainda encontrar formas de participar na vida do país.
“Cada ideia e cada acção contribuem para solucionar os nossos problemas”, explicou a deputada, apelando a uma diáspora coesa, cujo denominador comum é o desenvolvimento de Moçambique.