O partido Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994 na África do Sul, defendeu esta quinta-feira, 13 de Julho, que o alargamento do grupo de potências emergentes BRICS beneficiará o crescimento da economia global.
Falando em Joanesburgo, num colóquio do grupo BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), que representa 30% da população mundial, a tesoureira-geral do partido no poder, Gwen Ramokgopa, destacou as grandes oportunidades económicas de novos mercados para o continente africano, sublinhando que “o crescimento do sul global não deve ser visto como uma ameaça” aos países desenvolvidos.
“Esperamos e confiamos que o avanço daqueles que ficaram para trás não seja visto como uma ameaça para algum dos países avançados, que mesmo os países avançados não são os únicos que carregam as aspirações dos povos do mundo”, destacou a responsável partidária sul-africana, citada na imprensa local.
Na óptica do ANC, a adesão de pelo menos 38 países que se inscreveram para integrar os BRICS vai alterar significativamente a conduta de negócios entre países em todo o mundo.
A África do Sul vai organizar, em Agosto, em Joanesburgo, a próxima cimeira dos chefes de Estado e de Governo dos países BRICS, para a qual o Presidente russo, Vladimir Putin, será convidado, apesar de visado por um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia contra o chefe de Estado russo.
O Governo sul-africano tem sofrido duras críticas nos últimos meses da parte de países ocidentais por defender uma solução de paz negociada, a exemplo de outras nações africanas, para o actual conflito na Ucrânia após a invasão militar pela vizinha Rússia.
Os laços entre a África do Sul e a Rússia remontam à era do apartheid, com o Kremlin a apoiar o ANC na luta contra o anterior regime racista sul-africano, que era apoiado pelos Estados Unidos e países da NATO.
O Brasil, Rússia, Índia e China criaram o grupo BRIC em 2006, ao qual a África do Sul se juntou em 2010.
Fonte: Diario Economico